sexta-feira, 13 de março de 2009

Dirceu Villa & Soror Maria do Céu

Há duas semanas, em correspondência com o poeta paulistano Dirceu Villa e discutindo artigos recentes sobre o cânone, assim como nossas próprias postagens a respeito, Villa mencionou uma antologia de poesia do século XVII, em que encontrara o trabalho poético de autores esquecidos, mas interessantíssimos. Ele mencionou, em especial, a celestial senhora Soror Maria do Céu (1658 - 1753), e me enviou este poema:

É ciúmes a Cidra,
E indo a dizer ciúmes disse Hidra,
Que o ciúme é serpente,
Que espedaça a seu louco padecente,
Dá-lhe um cento de amor o apelido,
Que o ciúme é amor, mas mal sofrido,
Vê-se cheia de espinhos e amarela,
Que piques e desvelos vão por ela,
Já do forno no lume,
Cidra que foi zelo, se não foi ciúme,
Troquem, pois, os amantes e haja poucos,
Pelo zelo de Deus, ciúmes loucos.


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