quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Só natal, natal só.

O moço trabalhando, a família e os tantos amigos que falam a língua materna do outro lado do charco atlântico, os amigos estrangeiros deste lado do charco ainda de ressaca da noite de ontem, como eu, confundindo já quem é o nacional, quem o forasteiro nesta terra, eu enfio carvão no forno (sim, meu apartamento no Berlimbo é à moda antiga, sem aquecimento a gás) que deve(ria) aquecer meu quarto. Mais tarde, vou vestir o casaco grosso e as botas, caminhar na neve até encontrar o rosto do moço na multidão, procurar os amigos europeus e ateus nos bares lotados do Berlimbo, dizer Frohe Weihnachten a quem acredita em sacrifícios mas não em redenção, abraçar um dois três corpos queridos, ouvir uma duas três vozes queridas em línguas que eu não falava quando ainda acreditava em Santa Claus, pensando como é bom ter os pés sobre a terra, mesmo quando ela pode se abrir para tragar-nos a qualquer momento. Na rua, cantarei um dos poemas líricos prediletos, imaginando que minha voz soa nos ouvidos da minha mente como a voz desse morto lindo, ai meus queridos, consider Jeff Buckley, who was once handsome and tall as you.

(Yeah but) Baby I've been here before
I've seen this room and I've walked this floor, (You know)
I used to live alone before I knew ya
And I've seen your flag on the marble arch
and love is not a victory march
It's a cold and it's a broken Hallelujah


.
.
.

Nenhum comentário:

Arquivo do blog